O grupo abrilhanta as ruas do Recife Antigo com muita energia e musicalidade
Por Samuel Calado
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O grupo Yalu se preparando para mais um arrastão percussivo |
Quem costuma frequentar as ruas do Recife
Antigo nos finais de semana, sabe
que é bastante comum encontrar diversos grupos percussivos tocando e
movimentando as pessoas com o som contagiante das batucadas. A musicalidade dos ritmos afros aguçam os
nossos sentidos, movimentam o corpo e a alma. Nesse contexto, basta ouvir um ou
dois sons para identificar o ritmo que ele representa, como por exemplo, o
som dos atabaques no Afoxé, do berimbau na capoeira e das alfaias no Maracatu.
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Sede do Yalu |
O Yalu, fundado em 1998, é um
desses grupos que transborda as ruas do bairro do Recife Antigo com muita energia positiva arrastando multidões por onde passa. Ele trabalha por meio do viés social com o objetivo de difundir a cultura popular com ênfase para a musicalidade. Sua sede está
localizada na Rua da Moeda, no primeiro andar de um casarão situado frente à
estátua de Chico Science, onde oferece oficinas de percussão e ritmos populares
a preços acessíveis para todas as idades. Atualmente o espaço conta com cem pessoas matriculadas e possui um trabalho social muito importante com quatro comunidades diferentes, entre elas, a Comunidade do Pina.
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O grupo nas ruas do Recife Antigo |
O percussionista Walter Araújo, professor
e coordenador da escola Yalu, está à frente do grupo desde sua fundação. Com
bastante comprometimento e profissionalismo, o jovem possibilita aprendizagem lúdica e prazerosa, mostrando que é possível trabalhar a identidade cultural e lutar contra o racismo por meio da música. Ele disse que a instituição surgiu como um projeto social e se mantém assim desde então; explica também que o nome do grupo vem do dialeto Iorubá abrangendo um significado profundo de encontro entre o que você é como indivíduo e o que seu meio entende de você como indivíduo, "Aqui em nossa escola, temos muitos integrantes e suas várias religiões, ideologias de vida, visões políticas, filosofias sociais, mas a música do Yalu nos faz lembrar que somos todos iguais.", contou Walter.
O Yalu tem uma forma diferenciada de
trabalhar a percussividade, pois, ele une agrega os conhecimentos eruditos à
dinamicidade das vivências dos mestres populares, possibilitando o estudo dos
diversos seguimentos que compõem os nossos ritmos.
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O grupo nas ruas do Recife Antigo |
Basicamente o sistema do Yalu é colaborativo. Esta colaboração pode ser financeira (com um valor – que vai de zero/gratuito à oitenta reais), social (com um serviço), administrativa, e todas elas ainda podem se unir para ajudar e se adaptar as necessidades de todos os batuqueiros. A instituição possui total infraestrutura fazendo com o que o batuqueiro não precise ter qualquer instrumento ou conhecimento musical prévio.
Recentemente
através da parceria com o Balé Afro Oxum Omim Neuá passou a oferecer também atividades
de danças afro. Vale apena conferir esse “cantinho” super especial de
conhecimento, musicalidade e união.
Assista uma "palhinha" da aula sobre a evolução dos ritmos com o professor Walter no nosso canal!
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